Por que pensar cansa? | Psicopedagoga Campinas comenta

Pensar, ou seja, usar neurônios específicos para resolver um problema específico, cansa de verdade.

Segundo a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, a fadiga cerebral está associada ao acúmulo de adenosina, uma pequena molécula liberada pelas células da glia, vizinhas aos neurônios, em resposta aos neurotransmissores que estes usam para trocar informações entre si. Por isso, quanto mais intensa for a atividade em uma região do cérebro, mais neurotransmissores serão liberados pelos neurônios ali e mais adenosina será liberada de volta sobre os neurônios. A adenosina, por sua vez, age como um freio sobre a atividade dos neurônios e impede que eles fiquem excessivamente ativos.

“Por isso não adianta treinar piano ou matemática por muitas horas consecutivas, e não dá para manter o desempenho trabalhando horas a fio em uma mesma tarefa. Até o melhor dos concertistas começa a sofrer de fadiga cerebral ao cabo de uns 60 ou 90 minutos de atividade”, explica a neurocientista.

Ela ainda acrescenta: “O consolo, para quem ainda tem um dia inteiro pela frente, é que a fadiga é específica, limitada aos circuitos que trabalharam demais. Se você mudar de assunto e for ler depois de esgotar seu córtex motor tocando piano, seus neurônios da linguagem analisarão o texto sem problemas. Por isso o currículo escolar acerta ao não manter ninguém pensando no mesmo assunto por tempo em excesso. E, quando todos os circuitos cerebrais tiverem se esgotado, o cérebro tem seu próprio remédio contra a fadiga: dormir, para então… Começar tudo de novo!”

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http://www.suzanaherculanohouzel.com

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