Recebo muitas perguntas sobre Transtorno Opositivo-Desafiador – TOD, por isso compartilho com vocês algumas informações para ajudar no rastreio e condutas a serem tomadas no caso de suspeita de TOD.
O DSM-IV* (1994) descreve o TOD como um padrão recorrente em criança ou adolescente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade por pelo menos 6 meses com co-ocorrência de:
- Descontrole emocional forte
- Discussão frequente com adultos
- Desafio ativo e recusa a obedecer a regras pré-estabelecidas (com intuito de aborrecer pessoas, erros são sempre dos outros, ressentimento e enraivecimento.
É válido reforçar que diagnosticar corretamente o TOD é uma tarefa complexa e deve ser feita por uma equipe multidisciplinar. Não há exame laboratorial ou de imagem que confirme o transtorno.
Dessa forma, para levantar a hipótese diagnóstica, o Psicopedagogo deverá ter conhecimentos teóricos sobre o transtorno, analisar informações coletadas no processo de avaliação, incluindo as pessoas que convivem com o paciente. Pode-se contar ainda com a ajuda de questionários, como a escala de avaliação de transtornos de comportamento disruptivos para pais e professores (Parent/Teacher Scale Disruptive Behaviour Disorder Rating Scale), na qual para atender aos critérios de TOD, pelo menos quatro dos itens 3, 13, 15, 17, 24, 26, 28 e 39 devem ser marcados como “muito” ou “demais”, pelos pais ou professor do paciente.
Portanto, caso seu paciente se encaixe nesses requisitos, pode-se levantar a hipótese diagnóstica de TOD. O próximo passo é encaminhá-lo para avaliação e acompanhamento do neurologista ou psiquiatra infantil, quem confirmará (ou não) essa hipótese e fará os direcionamentos necessários para o paciente e sua família.
* DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 4ª edição.